O USA Today divulgou através do portal literário Happy Ever After um trecho exclusivo do novo livro de Anna Todd, a ser publicado nos Estados Unidos em 18 de Setembro de 2018, de forma independente, e no Brasil, até o fim do ano pela Astral Cultural.
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UM
Karina, 2018
O vento sopra em toda a cafeteria toda vez em que a velha porta de madeira é aberta. Está estranhamente frio para Setembro e tenho quase certeza que é algum tipo de punição do universo por concordar em me encontrar com ele, hoje de todos os dias. Onde eu estava com a cabeça?
Eu mal tive tempo de colocar maquiagem nas olheiras inchadas embaixo dos meus olhos. E esta roupa que estou vestindo, quando foi a última vez que foi lavada? De novo, onde estava com a cabeça?
Agora mesmo estou pensando em como a minha cabeça dói e não tenho certeza de que trouxe ibropufeno em minha bolsa. Também estou pensando em como foi esperto da minha parte em escolher uma mesa próxima da porta, assim posso sair correndo, se precisar. Este lugar no meio de Edgewood? Neutro e nem um pouco romântico. Outra boa escolha. Estive aqui apenas algumas vezes, mas é o meu lugar favorito em Atlanta. As mesas são limitadas — tem apenas dez delas — então imagino que queiram encorajar encontros rápidos. Existem alguns pontos legais para o Instagram, como a parede cheia de suculentas e aquele detalhe em preto e branco atrás dos baristas, mas no geral, é um pouco rústica. Cinza escuro e concreto por todos os lados. Liquidificadores batendo couves-flor em um som alto ou qualquer outra fruta que esteja na moda no momento.
Apenas uma porta: uma forma de entrar, a mesma para sair. Olho para baixo para o meu celular e seco minhas mãos em meu vestido preto.
Será que ele vai me abraçar? Apertar minha mão?
Não consigo imaginar um gesto tão formal. Não dele. Droga. Estou me preocupando demais e ele nem chegou ainda. Pela quarta vez no dia, consigo sentir o pânico borbulhando em meu peito que me ataca toda vez em que penso neste encontro, ainda o vejo da mesma forma que o vi quando coloquei meus olhos sobre ele. Não tenho ideia de qual versão dele irei encontrar. Não o vejo desde o inverno e não faço ideia de quem ele é mais. E falando sério, será que eu soube algum dia?
Talvez eu apenas conheça uma versão dele — uma iluminada forma do homem que estou esperando agora.
Acho que talvez eu pudesse ter o evitado pelo resto da minha vida, mas a ideia de nunca mais vê-lo é pior do que estar sentada aqui, agora. Pelo menos consigo admitir isso. Aqui estou, esquentando as minhas mãos em um copo de café quente, esperando-o entrar por aquela velha porta depois de ter jurado à ele, à mim mesma, à qualquer um que pudesse ouvir pelos últimos meses que eu nunca…
Ele não vai chegar pelos próximos cinco minutos, mas se ele for um pouco como o homem que eu me lembro, ele vai chegar atrasado com aquela cara de irritado.
Quando a porta se abre, é uma mulher que entra. Seus cabelos loiros são como um ninho no topo de sua cabeça pequena e ela está segurando o celular contra sua bochecha avermelhada.
“Não dou a mínima, Howie. Dê um jeito.” Ela grita, desligando o telefone com um jorrão de palavões.
Eu odeio Atlanta. As pessoas aqui são todas como ela, o temperamento ruim e sempre com pressa. Nem sempre foi assim. Bem, talvez tenha sido; Eu não era, ao menos. Mas coisas mudam, eu costumava amar esta cidade, especialmente o centro. As opções para o jantar são de outro mundo e para uma pessoa apaixonada por comida vivendo em uma cidade pequena, bem, só isso já era motivo o suficiente para me mudar pra cá. Sempre existe algo para fazer em Atlanta e tudo está sempre aberto até mais tarde do que por Ft. Benning, mas o que mais me chamou atenção na época, foi que eu não era constantemente lembrada da vida militar. Sem camuflagem por todos os lados. Nada de uniformes nos homens e mulheres pela cidade, como a fila para o cinema, o posto de gasolina ou a Dunkin Donuts. Pessoas falando coisas reais, não apenas siglas e diversos cortes da cabelo nada militares para admirar.
Eu amava Atlanta, mas ele mudou isso.
Nós mudamos isso.
Nós.
Isto é o mais próximo que eu iria de admitir alguma culpa sobre tudo o que aconteceu.
DOIS
“Você está encarando.”
Apenas algumas palavras, mas elas invadem dentro e sobre mim, chocando todos os meus sentidos e todo o meu sentido. E ainda assim, existe aquela calmaria também, aquela que parece estar conectada dentro de mim em todo lugar que ele está. Olho pra cima, para ter certeza de que é ele, mesmo sabendo que sim. Logo então, ele está em pé na minha frente me encarando com seu olhar severo, procurando… algo remanescente? Queria que ele não me olhasse dessa forma. O lugar pequeno está, na verdade, lotado, mas não parece. Eu tinha esse encontro todo planejado, mas ele atrapalhou tudo e agora, perdi toda a coragem.
“Como você faz isso?” Pergunto a ele. “Não o vi chegar.”
Tenho medo de que a minha voz soe como se eu estivesse acusando-o de algo ou que estou nervosa — e isso é a última coisa que eu quero. Mas ainda me pergunto, como ele consegue fazer isso? Ele sempre foi tão bom com silêncio, se mover sem ser notado. Outra habilidade adquirida com o Exército, acho.
Eu faço um gesto para que ele se sente. Ele desliza sobre a cadeira e é quando eu noto sua barba cheia. Uma linha precisa sobre suas bochechas e seu maxilar coberto por pêlo preto. Isto é novo. Claro que é: ele sempre teve que obedecer os regulamentos. Cabelo deve ser cortado e totalmente aparado. Bigodes são permitidos, mas apenas se estiverem bem cortados e não estiverem crescendo sobre o lábio superior. Ele me disse uma vez que estava pensando em deixar crescer o bigode, mas eu o convenci a não fazer isso. Mesmo com um rosto como o dele, um bigode seria estranho.
Ele pega o cardápio da mesa. Cappuccino. Mocchiato. Latte. Leite puro. Preto. Quando foi que tudo ficou tão complicado?
“Você gosta de café agora?” Nem tento esconder a minha surpresa.
Ele balança a cabeça, “Não.”
Um meio sorriso aparece em seu rosto sério, lembrando-me da mesma razão pela qual eu me apaixonei por ele. Um momento antes era fácil desviar o olhar. Agora, é impossível.
Tradução livre por After Brasil. Credite, se replicar.
Recentemente a Anna participou de um episódio do podcast “Go Publish Yourself“. O episódio tem pouco menos de 15 minutos, onde ela falou sobre seu começo no mundo literário, a mudança do After Movie da Paramount para a Cinelou Films, o processo para encontrar o elenco certo, seu novo livro e um pouco mais. A tradução é do After Brasil, então, credite se replicar.
Você pode ouvir o episódio enquanto lê clicando aqui.
Justine Bylo: Bem-vindos ao Go Publish Yourself. Estes são os Autores Destaques. Eu sou Justine Bylo, a Gerente de Aquisição de Autores da IngramSpark. Bem, estou muito animada para a convidada que temos para vocês hoje. Se junta a nós a absolutamente fabulosa e maravilhosa Anna Todd. Anna é autora Número 1 do New York Times internacionalmente e autora da série After. Elogiada pela Cosmopolitan como o maior fenômeno literário de sua geração, Anna começou sua carreira na rede social de histórias Wattpad. De forma seriada, no Wattpad, em 2013, After já alcançou a marca de 1,5 bilhões de leituras no site. A edição publicada em 2014 pela Gallery Books, um selo da Simon & Shuester, tem 15 milhões de cópias em circulação e já foi traduzida para mais de 30 línguas. Um filme de mesmo nome está em produção com expectativa de lançamento para 2019. Wow, meu Deus, bem-vinda Anna. Muito bom ter você aqui!
Anna Todd: Obrigada.
JB: Isso é tão emocionante. Parabéns pelo filme. Tantas coisas divertidas acontecendo aí.
AT: Sim, estou tão animada e muito, muito ocupada, mas é muito legal.
JB: Sim, meu deus, sim. Sua vida está tão corrida ultimamente. Parece muito espetacular. Então, nós temos que começar do começo, certo? Como todas as boas histórias. Isso tudo começou com seu amor por boybands. Correto?
AT: Sim. Eu basicamente sempre estive lendo, mas nunca considerei escrever. Apenas parecia tão fora da… as pessoas de Dayton, Ohio [onde a Anna cresceu], sem faculdade, apenas não escrevem. Então, na verdade, reconsiderei e comecei a ler fanfiction. Eu sempre estive lendo fanfiction, tipo Crepúsculo, mas tem dezenas de fanfictions da One Direction. Dezenas, milhares.
JB: Isso é maluco, eu não fazia ideia, porque eu mesma amo uma boa fanfic de Harry Potter. Amo. Mas One Direction, é tão de nicho.
AT: É muito. Eu encontrei uma através de uma foto no Instagram que uma prima me enviou. Era parte de um Imagine, que foi o que me fez começar a ler fanfiction da One Direction e me fez pensar em começar a escrever a minha própria. Mas honestamente, eu gostaria de poder dizer que eu sempre quis escrever desde epquena, mas de verdade, isso não é nem um pouco o que aconteceu. Eu leio a vida toda e tipo, eu gostava de escrever na escola, mas eu nunca pensei em fazer isso, nunca pensei que poderia ser uma autora. Sinto que eu apenas fiquei sem o que ler no Wattpad, o que é insano porque tem milhares de histórias lá, mas eu apenas não conseguia encontrar nada para ler e eu apenas queria ler fanfiction da One Direction. Eu não queria ler nada que já havia sido publicado. Eu não queria ler livros independentes. Eu não queria ler nenhum tipo de livro. Eu apenas queria ler sobre Harry Styles. Então eu fiquei sem ter o que ler e comecei a escrever a minha, acho, e eu nunca pensei que alguém fosse ler também. Eu pensei que fosse apenas ser uma coisinha que eu faria naquele dia, e então o primeiro capítulo, e foi essa loucura. Tinha essa pressa e essa excitação mesmo que ninguém estivesse lendo. Porém foi tão divertido escrever.
JB: Você literalmente criou esse fenômeno de sua necessidade por querer mais fanfiction. Que loucura. Amo isso, amo. É tipo como eu me sinto com romances. Eu quero mais romances desse tipo, e então, acho, que talvez eu apenas escreva um.
AT: Exatamente.
JB: Quando você encontrou o Wattpad, você teve algum pressentimento de como isso mudaria o curso de sua vida completamente?
AT: Não, honestamente. Eu estava lendo uma das fanfics dessas garotas no Instagram e ela disse “Eu vou colocar mais no Wattpad”. Eu fiquei, tipo, “o que é isso?”. Eu tinha apenas o Twitter, porque eu queria acompanhar notícias de Crepúsculo. Eu não… Eu não queria mais nenhuma aplicativo. Eu não quero mais nenhum aplicativo. Mas eu baixei. Eu nunca havia ouvido falar daquilo antes. Eu nunca soube que havia milhares de pessoas escrevendo histórias apenas por diversão e isso explodiu minha mente. O tanto de fanfiction no Wattpad naquela época, especificamente, me deixou ocupada por um tempo.
JB: Ah, totalmente.
AT: Eu mal conseguia mexer no site. Eu ficava confusa quando eu escrevia um capítulo, aí eu ia escrever um comentário para alguém e não funcionava. Eu não sabia. Eu costumava enviar vários pedidos de ajuda para o pessoal da técnica, “Eu não sei fazer isso, pode me ajudar?” É tão engraçado pensar nisso hoje em dia, ter que esperar que eles me respondessem.
JB: Isso é ótimo,. Provavelmente esses caras da técnica ficam tipo, “Sabe, eu falava com a Anna Todd o tempo todo”. É fantástico. [Ela explica o que é o Wattpad para os ouvintes que não sabem o que é.] Agora, After irá se tornar um filme, o que é o sonho de todo autor. Como tem sido o processo até agora?
AT: Tem sido muito incrível, honestamente. Tem sido um longo… bem, não tanto… Os direitos estavam com a Paramount por dois anos e meio. Quando eu assinei meu primeiro, isso vai soar ridículo, meu primeiro contrato de direitos para filme, eu não sabia sobre nada. Eu não tinha nenhuma ideia do que as terminologias de um contrato significavam. Eu não consigo acreditar que alguém iria querer isso. Então, com meu primeiro contrato, eu não tinha nenhum tipo de controle, zero. Eu tive sorte de eles considerarem as minhas opiniões. Eu achava que no momento em que você assinava um contrato para um filme, você estaria escolhendo se você queria Liam Hemsworth ou Chris Hemsworth em seu filme na semana seguinte, mas não é assim que o processo funciona. Então, alguns anos depois, eu estava tipo, “Espere um segundo… O que estamos fazendo?” Comecei a aprender mais, eu me mudei para Los Angeles, comecei a entender mais sobre a indústria cinematográfica. Eu senti que deveríamos tentar adquirir os direitos da Paramount de volta pra mim. E assim fizemos. Eles foram ótimos quanto a isso, foram ótimos… Ninguém está fazendo filmes para mulheres no momento.
JB: É um grande passo.
AT: Sim! Se tivéssemos um estúdio menor talvez pudéssemos ter mais controle, ter certeza de que era o tipo de filme certo, conteúdo para mulheres que realmente o querem. Eu percebi isso e tem sido um processo ótimo. Eu estive bastante envolvida na escalação do elenco. Eu estive nas reuniões sobre elenco, vi os atores lendo, assisti a todos os os vídeos.
JB: Oh, isso é muito legal.
AT: Estive em quase todas as reuniões, exceto aquela que não são da minha conta, mas estive em todas as coisas criativas. Eles foram incríveis. Encontramos os atores principais um tempo atrás e tem me deixado maluca não poder falar sobre isso.
JB: É um segredo tão grande pra se manter de todos os seus fãs e tudo mais.
AT: Me deixou maluca. Finalmente os anunciamos semana passada e foi incrível. Mal posso esperar. Tivemos outro teste de elenco ontem, é tão louco ver as pessoas audicionarem para o meu filme. Incrível.
JB: Deve ser louco ver esses personagens que você teve em sua cabeça por tanto tempo, do nada criarem vida em sua frente, se manifestarem em atores. Essa deve ser a viagem mais legal de todas.
AT: É tão louco e é mais louco ainda porque as pessoas que acabam sendo as minhas favoritas para os personagens até agora, literalmente, nenhuma delas se parece em nada como eu imaginei que iriam.
JB: Sério?
AT: Nenhuma delas. Não é sobre como se parecem. Eles sempre trazem os atores que se parecem exatamente com os personagens, mas sempre tem aqueles que surpreendem no meio. No início, quando olho para suas fichas, porque eles trazem fichas com as fotos de todos, eu fico “O que essa pessoas estão fazendo aqui? Essa pessoa não faz sentido”. E então quando elas fazem a audição, aconteceu comigo ontem onde uma das pessoas, eu tava tipo “Como assim? Esse cara não se parece nada com ninguém em minha história” e então ele entrou e ele foi o achado do dia. Estou obcecada por esse cara. Ele tinha muito em comum com o personagem, mesmo que se pareça completamente diferente. Ele se pareceu com o personagem mais do que qualquer outro. É um processo tão estranho.
JB: Total! Você diria que não se pode julgar um livro pela capa então? Pra ter um gancho nos livros.
AT: Total!
JB: Isso é tão louco. Este universo irá vir à vida nas telonas pra você também. Essa também tem que ser uma coisa louca. Como você assimila isso como autora? Este é o seu bêbê.
AT: Sabe, têm tido seus altos e baixos. Às vezes eu fico tipo, “Este filme vai ser exatamente como o livro”, o que nunca acontece, nunca. Mas quanto mais meu filme se torna algo separado, digo, não realmente separado porque estou envolvida em todos os passos, mas me parece como sua própria coisa agora, porém ainda se parece com o livro. Não sei… é difícil de explicar. Às vezes alguém tem uma ideia, “Hardin deveria fazer isso ou aquilo” e tipo “Não, isso nunca vai acontecer”. E há outros momentos em que a diretora diz, “O que você acha dessa cena indo pra lá e essa pra cá?”. Na verdade, isso é o que eu já deveria ter feito. Estou tão feliz com o processo. Acredito que é sempre bom lembrar meus leitores de que não será a mesma coisa, não importa como seja. Se for próximo demais, então não irá traduzir bem, porque nos livros, temos diálogos internos, temos páginas e páginas de narração e no filme temos 45 segundos para retratar o que eu escrevi em 10 páginas.
JB: Exatamente e ele ganha vida própria, essa peça viva de arte que é totalmente separada do livro em certo ponto. Se torna sua própria entidade e isso é o mais maluco do processo, o processo de adaptação.
AT: É mesmo. Eu estava tão preocupada com o elenco, “e se eles não gostarem da cor do cabelo dela” e essas coisas todas. Eu comecei a pensar, “espere um segundo”, a maioria das pessoas que vai assistir isso provavelmente nunca nem ouviu falar de mim. Eles não fazem ideia. É uma parte tão estranha, acho. Não consigo assimilar isso ainda.
JB: É. Isso é louco. Acho que quanto mais o processo progredir vai ficar cada vez mais estranho. Muito mais pessoas irão conhecer você e seus livros, o que é ótimo porque eles são maravilhosos. Falando de livros, você tem um novo a caminho. Podemos falar sobre ele? The Brightest Stars.
AT: Sim.
JB: Este é muito animador. Você decidiu publicá-lo de forma independente, o que é divertido. O que a fez tomar essa decisão?
AT: Acho que apenas queria sair da caixinha e tentar coisas novas. Eu amei estar na Simon and Schuester. Meu editor na Gallery era incrível e eu não poderia ter feito nada dessa maluquices que aconteceram nos últimos anos sem ele.
JB: Totalmente.
AT: Eu sinto que eu me afastei disso e queria fazer todas essas coisas por conta própria. Diferentes formas de marketing, diferentes tipos de turnês. O meio editorial, infelizmente, não tem muitos recursos e é bem velha guarda, eu acho. É tipo uma coisa antiquada. Me sinto mal por dizer isso, mas é verdade, honestamente. Esta é a minha carreira e eu venho querendo fazer isso por um bom tempo, sinto que eu tinha todas essas coisas de lado que eu poderia eu mesma pegar e fazer. A maioria dos meus livros são um sucesso fora do país, então eu aprendi muito com essas editoras internacionais e como elas funcionam e de que forma elas engajam com a comunidade leitora. É diferente em todo lugar, claro, mas eu me senti inspirada por um momento e “espere um segundo, podemos fazer isso! Eu posso fazer isso eu mesma!”
JB: Poder ter um pouco de controle sobre o produto também. E estar no comando do seu próprio destino um pouco. Eu estou animada para o livro novo. Será ótimo.
AT: Obrigada! Estou animada!
JB: Ah sim, será maravilhoso. Estamos ficando sem tempo, então vou fazer uma última pergunta. Então, qual é a coisa que você mais gostaria que tivessem te dito antes de você começar sua jornada literária? Eu sei que essa é difícil.
AT: Eu acho que eu diria, estive pensando sobre isso ultimamente, então acaba não sendo tão difícil. Eu estive pensando sobre isso porque eu queria que alguém tivesse me dito… Não sei como colocar pra fora, mas eu tive a Síndrome do Impostor pelos três primeiros anos da minha carreira, onde eu sentia que não conseguia acreditar que as pessoas me deixaram entrar no mundo literário. Eu não acreditava que eu tinha livros publicados. Eu não acreditava que alguém, de verdade, achava que eu deveria ser uma escritora. Eu sentia como se eu não merecesse porque eu me encontrava com escritores que estiveram escrevendo pelos últimos 15 anos, escritos incríveis, e nenhuma editora queria publicá-los. E mesmo quando eles publicavam de forma independente, os livros não vendiam. Então, eu comecei a ver a realidade do que autores fazem e como eles são publicados, na maioria do tempo. Eu apenas havia tropeçado na porta de trás. Então, eu comecei a sentir que eu não merecia nada disso. Mas então, mesmo conversando com eles e tendo as minhas coisas, isso talvez seja verdade, mas eu vou fazer qualquer coisa para superar isso. Eu estou dentro agora e é minha responsabilidade fazer com que a minha carreira cresça a partir daqui. Eu posso ter entrado sem ter tido muitas dificuldades [ela usa o tempo “querying”, em inglês]. Eu nem sabia o que “querying” significava. Isso faz com que minhas orelhas sangrem. Eu super tinha a Síndrome do Impostor, então eu queria que alguém tivesse dito tipo, “Está tudo bem apreciar ou estar consciente de não ser a mais qualificada, mas também é OK aproveitar a felicidade e não se sentir mal com isso”.
JB: Totalmente. Você tem livros que falam de verdade com as pessoas e tocou dezenas de pessoas, então, não acredito que você seja uma impostora de forma alguma, Anna. Apenas espero que você continue escrevendo mais e mais livros incríveis.
AT: Muito obrigada.
JB: De nada. Muito obrigada por estar aqui em nosso podcast e por falar comigo hoje. Isso tem sido incrível. Estou muito feliz por ter tido você aqui hoje. Sei que nossos ouvintes estão animados também, então muito, muito obrigada.
AT: Obrigada!
Nos últimos dois dias, 25 e 26 de Abril, Anna esteve na Colombia para o FILBo 2018, a Feira del Libro de Bogotá e em um painel de 40 minutos, antes de sua sessão de autógrafos, conversou com o Canal Capital Bogotá sobre a relação com sua família, haters, reforçou informações sobre o elenco do After Movie e futuros livros.
Em primeira mão, o After Brasil traduziu toda a entrevista para você:
Anna: Minha mãe sempre esteve lá, mas não é realmente como uma mãe para mim. Mas quanto mais cresço, mais a entendo e temos que lembrar que os pais são apenas seres humanos e, por vezes, as crianças nascem sem necessariamente haver um planejamento, minha mãe não estava preparada para ser mãe. Então quando eu era muito jovem, eu a odiei porque ela sempre usou drogas ou nunca prestava atenção em mim, mas eu cresci e eu entendi que ela tinha problemas e se eu continuar sentindo isso [o ódio], vai tomar muito espaço na minha alma.
CCB: Você queria abordar esses conflitos que você teve em sua vida em seus livros?
Na verdade, talvez eu não tenha percebido quando eu escrevi, mas depois que minha mãe leu After e se ela não leu, minha mãe e ela é muito carismática, mas ela também tem um vício. Às vezes, muitas coisas da minha vida real entram em meus livros, pais nunca são pais perfeitos. Todos têm problemas de vícios, mas ninguém está realmente tentando ser perfeito, então sim, muitas das minhas experiências moldaram os pais dos meus livros e eu não sei se seria capaz de escrever algo sobre bons pais.
Eu estava lendo os livros… Eu também tinha muitas perguntas e uma delas era os conflitos com a família. Eu também não tive um relacionamento familiar muito grande, mas é certo que às vezes as mães nos filmes são diferentes da minha mãe. Isso mostra que algumas relações são muito fortes, mas também fala sobre o amor que você tem, por exemplo, em “Sisters” [“As Garotas Spring”, no Brasil], você mostra o amor que se tem entre as irmãs, é um amor em que elas se defendem, se protegem. Você tem esse tipo de relacionamento?
Não tanto, na verdade. Eu tenho uma irmã que tem 21 anos agora, mas eu saí de casa quando ela tinha 9 anos, então eu realmente nunca a conheci e agora que nós somos adultas, tentamos ser amigas, mas é um pouco raro [se encontrarem] e acho que com o passar do tempo, isso melhora, mas eu a deixei quando eu era muito jovem e às vezes eu me sinto culpada porque eu sei que eu a deixei com minha mãe. Isso foi, naturalmente, muito difícil para ela e ela lidou com isso de uma forma muito diferente de como eu lidei, então sim, é difícil, mas eu acho que os irmãos e irmãs deveriam cuidar de si mesmos o máximo possível, mas eu me casei, aos 18 anos fui morar do outro lado do país, então não pude cuidar tanto da minha irmã.
Eu não tenho irmãos, mas você conseguiu com “Sisters” que eu imaginasse como seria ter irmãs, é algo que gostei muito, porque assim como você está dizendo, digamos que você começou a viver sua vida sozinha, mas ainda assim você não é toda desapegada de sua família, você ainda está lá. Em algum momento você parou de escrever sobre um personagem porque ele te deixou estagnada ou entediada por causa de sua personalidade? Porque às vezes nossos personagens falam conosco.
Eu não sei. Eu acho que muitos dos personagens que eu criei, eu amo escrever sobre eles. Quero terminar suas histórias, como Steph, eu queria saber porque ela é como é. Eu acho nenhum dos meus personagens muito chato, pelo contrário, eu queria saber muito mais sobre eles, mas agora eu quero saber o que fazem, claro, então eu nunca tive personagens que me deixaram entediada.
Qual é o personagem que está no topo da sua lista? No Top 5, o primeiro é o que você mais gosta de escrever e assim sucessivamente.
O meu favorito é Hardin. Eu definitivamente amo a Tessa, mas de outra forma. Hardin eu realmente amo, e então Tessa, e depois as irmãs Spring e depois, Landon. Talvez também o Zed! Muita gente o odeia, mas eu o amo.
Eu achei Hardin um pouco difícil enquanto lia e obviamente, eu tinha muito ódio e amor, porque quando ele era fofo, era muito legal, mas quando ele era ruim, eu não conseguia gostar dele. É que eu tenho um relacionamento muito parecido. Você acha que na vida real os homens que provavelmente são infiéis ou homens que têm algum tipo de vício podem mudar?
Eu sempre digo que isso depende de quem é. Eu acho que o vício é mais complicado, porque é realmente um desequilíbrio químico científico que leva a consumir drogas. Sem suporte profissional especializado, é muito difícil abandonar os vícios, mas eu acredito que apenas se eles querem mudar. Eu não acredito que você ou eu possamos mudar qualquer um. Nós gostamos de acreditar que é possível, mas eu não acho que seja, eu acredito que se eles quiserem mudar, aí sim é possível. Todos nós tentamos entender a vida e acabamos nos virando para pessoas que amamos sem querer. Todos podem mudar, mas você fazer coisas muito ruins com pessoas que você gosta muito e depois tentar reparar coisas… Mas seria ótimo se pudesse ser como nos livros, onde todo mundo muda milagrosamente, mas eu não sei se é possível.
Eu acho que sempre há segundas chances, mas agora vamos para o outro lado que seria o de Tessa. Tessa é uma personagem que a princípio se mostra muito nobre, muito simples, digamos assim, mas no decorrer do tempo ela muda de personalidade. Com qual das duas versões que você fica?
Eu gosto da versão um pouco mais madura de Tessa. No começo ela não sabe muitas coisas sobre o mundo, mas sente que ela sabe tudo, então eu me sinto conectado com ela dessa forma. Mas quando ela cresce, ela se sente um pouco mais confortável com o corpo dela, sua sexualidade… Eu gosto mais dessa Tessa. Mas sempre gostei dela menininha, porque é como se fosse a minha filha.
Nós todas começamos assim, com 13, 14, 15 anos e temos nossas inseguranças. Um desses momentos de inseguranças às vezes reúne um todo. Reúne o ódio que podemos ter por conviver com pessoas que não queremos, também o ódio de nosso corpo, então eu sei que existem pessoas aqui na Colômbia que a taxa, digamos, de gravidez é muito alto e às vezes querem engravidar ou querer sair de casa apenas para ir embora, às vezes não é por amor. O que você pensa sobre isso? Por que aqui, por exemplo, na América Latina, esses casos acontecem muito.
Então, eu acho que é muito triste eu não ter tido isso, mas educação sexual é muito importante e especialmente em países religiosos mais conservadores, como no sul dos Estados Unidos, onde as pessoas têm muito medo de educar as meninas sexualmente. Então não tratam sobre isso com os filhos, pois querem que eles permaneçam puros, mas, na realidade, não tem como esconder o assunto, pois está na mídia o tempo todo e se você não falar sobre estas questões, há meninas que engravidam e acham que essa criança virá para as salvar, quando elas não têm maturidade suficiente para entender o que está acontecendo. Também existem mães muito jovens que são mães muito boas, mas eu acho que, de um modo geral, evitar falar sobre a questão do sexo com crianças impede que entendam, o que eu acredito que, especialmente com meninas, com meninos eu não sei, parece que os pais estão menos preocupados porque não são eles que vão engravidar. Com meninas, eles acham que não podem falar sobre sexo, mas eu acho que é muito perigoso esconder a questão do sexo seguro e também explicar para uma garota o quão caro pode ser ter um filho e eu acredito que um dia teremos que deixar esse medo pra lá.
Concordo plenamente com o que está dizendo, porque alguns meses atrás eu estava em uma conferência, que era uma palestra para professores porque eles estavam ensinando os professores a como abordar essas questões de educação sexual e eu gostaria de perguntar especificamente como abordar educação sexual em livros, porque até certo ponto eles são muito, muito desinibidos, não têm tanta cautela e está tudo bem…
Sim. Eu não tive a intenção de fazer dessa forma, mas estou grata por ter feito. Meus romances mencionam camisinhas. Às vezes nos romances não querem mencionar a proteção, porque dizem que não é sexy, mas veja bem, temos aqui personagens de 18 anos que têm que usar preservativos. Fiquei um pouco nervosa, porque eu não tive tanta experiência, mas eu acho que as pessoas que vieram para a universidade tiveram alguma experiência sexual antes e se eles não tiveram, eles estão muito conscientes de todo o assunto porque eles viram, talvez, filmes pornográficos ou outras coisas, então eu queria que tema da sexualidade estivesse no livro.
Às vezes, as pessoas criticam o lado erótico dos seus livros. Eu, pelo contrário, penso que tudo bem, porque se alguém continuar escondendo, as pessoas continuarão fazendo isso, ao invés disso, você está mostrando, você está dizendo. E a respeito disso, sobre os comentários negativos, assim como vejo no YouTube, às vezes você se esforça para fazer com que as pessoas gostem de você, mas sempre haverá alguém que não vai gostar. Sempre teremos esses haters. Nós sempre teremos aquela pessoa que diz “Ei, seu conteúdo é horrível”, então como você lida com esse tipo de comentário?
Muitas pessoas que fazem comentários negativos não leram os livros e dizem que o Hardin é abusivo, há muito sexo nos meus livros e eu sempre digo a eles bem, vamos conversar! Mostre-me! E dizem “não, eu não li na verdade, mas vi em outros artigos” e eu digo a eles que não vale a pena. E você não leu, mas me ataca? E há muitas pessoas que dizem que o Hardin é abusivo, mas as pessoas que me dizem que Hardin é abusivo, me enviam ameaças de morte, me dizem que eu sou gorda, e feia, e horrível e eles me odeiam. Então eles são os abusivos, na verdade. É fácil ignorá-los, finalmente, mas os críticos da literatura me dizem que eu escrevo livros sexuais para adolescentes, bem, eu lhes digo, então espero que alguém esteja falando com os adolescentes sobre sexo porque se eu não fizer isso, vocês terão que fazer vocês e eu sempre direi que se você não gosta dos meus livros, há milhões de outros livros. Procurem por outra coisa, leiam outra coisa.
Você tem toda razão. Como assimilar esses comentários negativos? Porque quando eu tive a tarefa de investigar melhor a sua vida, também encontrei essas críticas e percebi que eram comentários de pessoas que não tinham lido o livro. Porque eu li toda a série e eu percebi o jeito que você queria expressar isso e eu não quero dar nenhum spoiler, mas quero fazer uma pergunta porque isso me causa muita curiosidade. Você acha que a relação de Hardin e Tessa continuou tendo conflitos depois de adultos?
Sim, mas não os mesmo problemas, mas continuaram tendo problemas. Podem ter mais problemas relacionados às crianças, ops, desculpe! Hardin está mais calmo, mas continuará brigando por coisas estúpidas. Escrevi muitos capítulos sobre eles, mas não tenho postado, por isso fico pensando o tempo todo. Há brigas sobre pasta de dente na pia ou coisas relacionadas à filha e etc. Eles sempre serão opostos, mas nunca serão completamente felizes, como todos os casais. Eu sei, porque ainda estou lutando! Estive casada pelos últimos 11 anos e ainda brigamos por coisas estúpidas, como precisamente a pasta de dentes na pia, mas ninguém tem a vida fácil.
Sim, de fato, mas enquanto eles conseguirem colocar suas diferenças de lado e eles realmente mudarão seu modo de vida e isso também é muito saudável para eles. Mas falando um pouco mais de “As Garotas Spring”, vou explicar sobre o que ele fala rapidinho. É sobre quatro irmãs, que embora tenham suas diferenças, ainda são as irmãs Spring. Mas existe um fato curioso, é que o final aponta para uma sequência. Você pode nos dizer um pouco sobre o que será o próximo?
Onde termina o primeiro. Muita gente termina a página e me pergunta, “o que aconteceu depois?”, mas não vai ser publicado muito cedo, porque tenho outra série de livros e temos o filme e tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, mas no livro original, “Mulherzinhas”, metade dele são as irmãs crianças e a outra metade adultas. E os meus livros, como sabem, são enormes, e tudo o que não coube no primeiro, espero escrever no segundo.
Mas falando um pouco sobre os personagens, tem um personagem que tem um parceiro sentimental, mas se dá conta de que o seu amor não é genuíno. Para esse tipo de casal, você acha que deve continuar esse relacionamento ou apenas terminá-lo no momento em que percebe que não há amor?
Sim, terminar é melhor. Terminar claramente às vezes é difícil para ela, porque, toda a sua família vive em uma base militar e ela quer ser a esposa de um oficial, pois sua vida será mais fácil. Mas isso acontece com freqüência em torno das bases militares, garotas acham que terão uma renda vitalícia confortável e um salário todo mês, mas é muito mais complicado do que isso. Eu não acredito tanto na ideia de se casar e depois se apaixonar. Se uma história não parece verdadeira, é perda de tempo. Nós temos apenas uma vida e se não fizermos isso, nunca vamos encontrar o amor verdadeiro. É difícil, mas não acho que se deva continuar se não está apaixonado.
E você acha que em algum momento você passou por esses problemas em um relacionamento, onde você estava muito apaixonado por alguém?
Na verdade, não, mas me casei aos 18 anos, então não tive muitos namorados. Mas acho que vejo isso acontecer bastante, especialmente nas cidades militares, muitos de nossos amigos se divorciaram e se casaram com a mesma idade. Éramos muito amigos, por muitos anos, e estávamos obcecados com a ideia de amor verdadeiro, exatamente como Hardin e Tessa, não poderíamos ser separados e ainda estamos casados quando muitos se divorciaram, porque nos amamos, Mas já temos amigos jovens e divorciados.
E sua relação com seu marido? Por que imagino que a Anna de 19 anos não é a mesma que a da Anna de 29 anos.
Muito melhor agora, porque aos 19 anos estamos sempre brigando muito, porque estamos crescendo. Meu marido era um militar, ele foi para o Iraque três vezes durante os primeiros anos de nosso casamento, foi difícil, mas agora é muito melhor, porque crescemos juntos e ele já era muito bom naquela época, um pouco louco, mas é muito melhor agora, é muito mais tranquilo.
Atrás das câmeras nós estávamos conversando um pouco sobre a publicação de “As Garotas Spring”, que você teve vários problemas. Você quer nos contar um pouco sobre isso?
Passei de escrever no Wattpad, onde eu tinha todo o controle, eu escrevia o que eu queria e publiquei o que eu queria. Eu sei que você também sabe, quando a minha editora pegou a versão em Espanhol de After, eles ficaram incomodados com a capa, tive que brigar com a minha editora. É difícil porque eu tenho editoras maravilhosas pelo mundo todo, e todas, exceto esta, fez algo maravilhoso, a capa [de “Sisters”] daqui é linda, é colorida, mas quando a minha editora dos Estados Unidos pegou, disse “Não, não podemos fazer isso” e eu disse a eles “Claro que sim, eles podem” e então eu tenho muitas ideias sobre coisas divertidas que os jovens fazem. Então sim, lutamos bastante pela capa e agora a editora aceita.
Porque eu tenho o livro e é muito bacana que as pessoas que questionaram agora gostam das cores. Eu acho o design muito bonito, já era bonito antes, e em termos da história, é algo diferente do que você fazia antes. Você já queria fazer essa mudança?
Me deu um pouco de dor de cabeça. Agora estou pensando em Hardin, por causa do filme, mas eu queria escrever algo muito diferente, porque eu quero continuar escrevendo livros a minha vida inteira. Eu quero escrever romances, então mesmo que seja uma série de romances diferente, mas quero continuar escrevendo romances e queria tentar algo diferente agora. Mas se as pessoas gostaram muito ou não gostaram, elas não me disseram.
É muito bom para as pessoas não limitarem você e seus livros. Quando mencionou o filme, eu ouvi alguns gritos aqui e ali. Quero que conte a eles um pouco, como vai o filme?
Eu só posso dizer pouco. Não posso dizer tudo o que eu gostaria, pois eu sei que está sendo exibido na televisão. Mas posso dizer, oficialmente, que temos Hardin e Tessa e estamos um dia ou dois de escalarmos Steph e Noah. É tudo muito estranho, tipo, no bom sentido, mas é apenas muito estranho pra mim, porque para Hardin e Tessa, especificamente, eu tinha uma ideia de quem era o Hardin, além do Harry, claro. Quem ele era na minha cabeça e quando trouxeram esses atores, eu fiquei tipo “Nenhum deles se parecem com Hardin para mim, na minha cabeça”. Nem Tessa, essas garotas. E a versão “curvas” de Hollywood é tão ruim, é louco, as garotas que estavam vindo, eles falavam “Oh, ela tem ‘curvas'” e eu “Como?”. Isso em Hollywood de ter curva é muito estúpido.
Mas a garota que escolhemos, eu já gostava dela antes, eu era uma fã dela, mas não necessariamente a via no papel, como Tessa. Apenas olhando pelas fotos. E o mesmo para o rapaz. E então eles entraram, eles estavam lá às 10 horas. Um dia muito longo, nós tínhamos diferentes casais. Nós diminuímos para 8 atores e eles eram os últimos na segunda rodada de leitura. E antes deles chegarem eu pensei “eles são muito bonitos e muito legais mas eu não consigo ver”, e então eles começaram a falar, eles começaram a interagir um com o outro e quando estávamos fazendo estas leituras.. Desculpe, eu estou falando muito… nós fazemos essas leituras de química, porque nós fizemos audições separadas, mas nós queríamos ver como eles seriam juntos e se havia química ou não, e esses dois foram os únicos que… parecia que eles estavam se apaixonando, eles estavam se tocando. Nenhum dos outros se tocaram ou estavam tão próximos, eles estavam muito sérios. Ele tocou a perna dela, e ele tinha esse colar e tocou seu colar, e eu fiquei tipo: “OH MEU DEUS”.
Estes dois são perfeitos, quando você vê-la pela primeira vez muitos de vocês vão dizer que não gostaram, vão dizer “Não, ela não é a Tessa”, mas claramente vamos pintar o cabelo dela e assim por diante, mas a presença dela, é a Tessa, sem dúvida. Eu estava lá e eu nunca escolheria alguém que não fosse perfeito para o papel e esses dois são, talvez fiquem um pouco tristes e desapontados no começo, vocês dirão “não gosto”, mas confie em mim quando vocês vê-los juntos, é uma loucura, eles são perfeitos para o papel, e tem algumas pessoas, além de Hardin e Tessa, que são de etnias diferentes, porque primeiramente é importante não termos somente atores brancos, então mudamos algumas cores de pele e etnias, mas o elenco está indo muito bem, e eu estou muito feliz. Na próxima semana começaremos as audições para os pais, e eu estou muito nervosa, porque eles são muito importantes para a história, então veremos.
Mas Hardin e Tessa, se vocês não gostarem deles de primeira, eu prometo à vocês que vocês irão gostar depois. Quando eu fiquei sabendo que o Robert Pattinson ia ser o Edward eu fiquei muito brava, eu falei: “Não, ele é horrível.” E quando eu vi o filme, “Ele é perfeito, o melhor Edward.” Vocês vão amar o rapaz que será o Hardin.
Eu fico muito feliz em escutar isso, e eu fico feliz em saber que você tem voz no filme, porque um exemplo, em “O Iluminado”, baseado no livro de Stephen King, acontece que Stephen não gostou nem um pouco, porque ele sentia que não tinha nada parecido com “O Iluminado”, e ele fez sua própria versão do filme, e também a J.K Rowling, teve muita voz no roteiro do filme, e nesse caso, você tem muita voz no roteiro do filme também?
Sim. O roteiro, além do elenco, é a parte mais importante de toda a história, é um processo muito típico de Hollywood, que eu não conhecia. Começamos com a Susan como roteirista, ela é genial, estava bastante similar ao livro, mas faltava um pouco de “alma”, era uma coisa muito segura, e não queríamos isso, então nós trocamos de roteirista, e às vezes os roteirista tem suas próprias ideias de como deve ser um filme, uma delas por exemplo, em uma reunião um disse assim: “Hardin, deveria ser um DJ.” e eu fiquei tipo, “Como? O que? Não. Isso não tem sentido algum,” Fico muito feliz em estar envolvida, porque eu não sei o que eles teriam feito com os meus personagens, mas agora Jenny está escrevendo o roteiro à partir da versão de Susan com seu marido e está incrível, eu falo com ela todos os dias, ela me enviou um monte de mensagens, e ela me fala sobre todas as mudanças, claramente tem que haver mudanças, mas eu me sinto muito a vontade com ela, e eu estou segura de que não irá mudar muito, às vezes temos que mudar algumas coisas, porque em um filme não se pode escutar os pensamentos dos personagens, e eu não queria que Hardin parecesse com um psicopata, então tem que ser feito de maneira muito delicada, porque eles não podem escutar os pensamentos verdadeiros, como ele se sente sobre ela, é um formato diferente, mas todas as mudanças me encantam.
E tem coisas que fazem muito sentido, algumas coisas do segundo livro foram pro primeiro livro e algumas do primeiro para o segundo e etc, mas vai parecer muito coerente, e isso é importante que fique igual, mas não se pode ficar exatamente igual, porque os livros são muito grandes.
Eu estou totalmente certa, que a a maioria dos seguidores, são fãs de algum livro que virou filme e já se sentiram muito ofendidos por ter muitas mudanças. Nesse caso, que porcentagem você acha que o livro e o filme tem juntos, eu digo coisas que não mudaram?
Talvez 85% do livro vai estar no filme. As coisas que mudaram são coisas pequenas, mas são importantes para o filme, mas não parece tanto, eu espero que vocês, como leitores, sejam muito protetores e me digam depois o que gostaram e o que não gostaram, mas eu sinto que será muito similar, talvez uma mudança é que o Professor Soto é uma garota agora, essa é uma mudança muito grande, tinha muitos garotos nessa história e poucas garotas, então precisávamos de mais garotas, e a Steph agora é bissexual, então essa também é uma mudança, e o final é diferente, é o mesmo mas é um pouco diferente, porque com tudo o que está acontecendo nos Estados Unidos, com todos os movimentos, não podemos terminar o filme com um tema de aposta sobre a virgindade, que ninguém vai ver no segundo filme, porque depois o Hardin tem remorso, então o final será um pouco diferente, não quero dizer um spoiler do filme, mas é quase o mesmo, as mudanças são muito necessárias, e são muito coerentes com os personagens.
Você acabou de mencionar algo muito importante, quer dizer que teremos o primeiro, o segundo, o terceiro e o quarto filme de After?
Eu espero que sim. Se vocês assistirem, claro que sim. Na verdade, eu espero, esse é o plano, compraram todos os livros, mas se o filme não se sair bem, não teremos o segundo, então por favor vão assistir.
Claro que sim, estaremos na primeira fila para ver os filmes. Bem Anna, estou muito agradecida de estar aqui contigo, de poder conversar sobre seus livros, é muito importante quando você está lendo um livro e ter a possibilidade de conhecer os pensamentos do escritor, porque às vezes não tem tudo na internet e aqui tivemos essa oportunidade, então podemos dar a oportunidade de uma pessoa te fazer uma pergunta?
Claro que sim!
Você pensa em escrever outras sagas e de que gênero poderia ser?
Sim, na verdade eu tenho outro livro, não sei exatamente quando vai sair na Colômbia, se chama, “The Brightest Stars”, é uma relação inter-racial e se passa no sul dos Estados Unidos, e é sobre um cara que tem um tipo de estresse pós traumático, não é exatamente minha história mas é uma inspiração, e tem uma relação com Hardin e Tessa, mas com personagens um pouco diferentes, é um livro um pouco mais triste, eu gosto muito de escrever coisas tristes, como podem perceber, se gostaram de After, vão gostar desse, é a mesma sensação e o nome da garota é Karina e ela é massagista de 20 anos, e o cara é um soldado de 21 anos que tem muitos problemas.
Tradução por After Brasil, credite completamente se replicar.
Ano passado a V&R Editoras confirmou o lançamento de “The Spring Girls”, o primeiro romance de Anna Todd fora do universo de Hardin e Tessa, no Brasil para este ano. Agora, após a publicação de dois novos livros da autora por outra editora em Março e Abril, o romance ganha título no Brasil e data para chegar às livrarias!
LEIA: V&R Editoras publicará livro novo de Anna Todd no Brasil!
“As Garotas Spring” é uma releitura do livro “Mulherzinhas”, clássico da autora Louisa May Alcott e contará a história de quatro irmãs muito diferentes que vivem em Nova Orleans, nos Estados Unidos. Meg, Jo, Beth e Amy, por mais que tenham características diferentes e bem definidas, o fato de serem filhas de um pai militar, combatente no Iraque, e de uma mãe desgastada por suas responsabilidades familiares, tornam seus medos muito semelhantes.
Confira a capa brasileira em melhor qualidade clicando na miniatura:
O livro tem previsão de chegar nas livrarias na primeira semana de Maio e a pré-venda nas livrarias online nas próximas semanas.
Suspendam as hashtags, Afternators, já podemos parar de implorar por Nothing More e Nothing Less no Brasil! A nossa espera está chegando ao fim e da melhor forma possível! A editora Astral Cultural, que também será responsável pela publicação da nova trilogia escrita pela Anna no Brasil, a “The Brighest Stars” (leia aqui), vai trazer as aventuras de Landon e Tessa em Nova York para as terras brasileiras ainda esse ano — e o lançamento está mais próximo do que você imagina!
Para anunciar os novos lançamentos, a editora escolheu o After Brasil para uma parceria incrível e uma rápida entrevista sobre a chegada da Anna em sua nova casa no país. Confira, com exclusividade as novidades e a capa oficial do primeiro livro. Prepare o coração:
After Brasil: O que levou vocês a se interessarem em publicar os livros da Anna Todd no Brasil?
Astral Cultural: A autora já despertava o nosso interesse mesmo antes de sabermos que iria rolar um leilão para a sua nova trilogia. Diante do sucesso de seus livros no Brasil e a quantidade de fãs que ela possui, era evidente o seu potencial de mercado. Mas, mais do que isso, Anna Todd e Astral Cultural têm um importante ponto em comum: trabalhamos para o mesmo público-alvo, jovem e apaixonado. Para nós, está sendo um prazer produzir suas obras para um leitor que a gente tanto conhece e respeita. Tem sido um casamento perfeito.
AB: Como está sendo o processo e arecepção dos novos livros da Anna na editora?
AC: Podemos dizer que antes mesmo da Astral ter ganhado o leilão da nova trilogia da Anna Todd, a expectativa era grande por aqui. O processo todo foi muito legal, todos os departamentos estavam vibrando para que desse certo. E deu! Esse dia foi sensacional, a gente vibrou, gritou… todos estavam muito envolvidos e ansiosos com o resultado do leilão. Depois veio a segunda boa notícia, ainda em 2017, “Nothing More” e“Nothing Less” também eram nossos! Ficamos muito felizes afinal, teríamos a honra de encerrar todo o sucesso que foi a série After. Aqui na Astral, podemos dizer que o ano será TODDástico.
AB: Com mais livros da Anna no catálogo da Editora Astral, vocês pretendem trazer a Anna para a Bienal do Livro esse ano?
AC: Sim! Sim! Muitas vezes sim! Ela vem agora em agosto, já podem anotar aí… Faremos 1 evento durante a Bienal e depois seguiremos em turnê em mais algumas capitais. Nos estados em que não for possível a realização dos lançamentos, vamos montar encontro de fãs com debates, brindes e muitas coisas legais que a gente ainda não pode contar!
Sinopse oficial do primeiro livro:
Anna Todd está de volta e não está sozinha. Tessa, Dakota e, principalmente Landon, estão prontos para viver novas descobertas, agora em Nova York. Nesse spin-off, o melhor amigo de Tessa, viverá um triângulo amoroso quase viciante, em meio a todas as experiências e oportunidades que só uma cidade tão grandiosa e barulhenta poderia lhe proporcionar.
Os arranha-céus de Nova York e o ritmo frenético da cidade são bem diferentes do lugar onde Landon Gibson foi criado, e essa transição está sendo desafiadora. Mas até que ele está se virando, arrumou um emprego para pagar (algumas) contas, está gostando da faculdade e, de vez em quando, encontra sua ex, Dakota. Sabe como é, aquela por quem ele largou tudo e foi estudar na Universidade de Nova York… para no fim levar um pé na bunda. Por sorte, sua melhor amiga, Tessa, apareceu para dividir com ele seu (minúsculo) apartamento no Brooklyn. E, apesar dos altos e baixos que enfrenta com o ex, ela é uma boa ouvinte e conselheira, especialmente quando ele se vê envolvido em uma espécie de triângulo amoroso quase viciante, como todas as garotas bonitas. Para um jovem, encontrar um caminho na vida não é fácil. Landon sempre foi uma pessoa otimista, mas numa cidade tão barulhenta e complicada, e tão longe de casa, só dá para seguir em frente com uma bela ajudinha dos amigos e com um bom par de fones de ouvidos.
Além da publicação de todos os novos livros da Anna no Brasil neste ano, a escritora vem para a Bienal do Livro de São Paulo e uma turnê pelas principais capitais para estrear com chave de ouro a nova casa. A Bienal do Livro de SP acontecerá entre os dias 03 a 12 de Agosto, no Pavilhão Anhembi.
Parece que 2018 chegou para ser mesmo o ano dos Afternators, não é mesmo? Fiquem atentos em nossas redes sociais para mais novidades a serem divulgadas em breve!
Caso for replicar a notícia, credite-nos.