Recentemente a Anna participou de um episódio do podcast “Go Publish Yourself“. O episódio tem pouco menos de 15 minutos, onde ela falou sobre seu começo no mundo literário, a mudança do After Movie da Paramount para a Cinelou Films, o processo para encontrar o elenco certo, seu novo livro e um pouco mais. A tradução é do After Brasil, então, credite se replicar.

Você pode ouvir o episódio enquanto lê clicando aqui.

Justine Bylo: Bem-vindos ao Go Publish Yourself. Estes são os Autores Destaques. Eu sou Justine Bylo, a Gerente de Aquisição de Autores da IngramSpark. Bem, estou muito animada para a convidada que temos para vocês hoje. Se junta a nós a absolutamente fabulosa e maravilhosa Anna Todd. Anna é autora Número 1 do New York Times internacionalmente e autora da série After. Elogiada pela Cosmopolitan como o maior fenômeno literário de sua geração, Anna começou sua carreira na rede social de histórias Wattpad. De forma seriada, no Wattpad, em 2013, After já alcançou a marca de 1,5 bilhões de leituras no site. A edição publicada em 2014 pela Gallery Books, um selo da Simon & Shuester, tem 15 milhões de cópias em circulação e já foi traduzida para mais de 30 línguas. Um filme de mesmo nome está em produção com expectativa de lançamento para 2019. Wow, meu Deus, bem-vinda Anna. Muito bom ter você aqui!

Anna Todd: Obrigada.

JB: Isso é tão emocionante. Parabéns pelo filme. Tantas coisas divertidas acontecendo aí.

AT: Sim, estou tão animada e muito, muito ocupada, mas é muito legal.

JB: Sim, meu deus, sim. Sua vida está tão corrida ultimamente. Parece muito espetacular. Então, nós temos que começar do começo, certo? Como todas as boas histórias. Isso tudo começou com seu amor por boybands. Correto?

AT: Sim. Eu basicamente sempre estive lendo, mas nunca considerei escrever. Apenas parecia tão fora da… as pessoas de Dayton, Ohio [onde a Anna cresceu], sem faculdade, apenas não escrevem. Então, na verdade, reconsiderei e comecei a ler fanfiction. Eu sempre estive lendo fanfiction, tipo Crepúsculo, mas tem dezenas de fanfictions da One Direction. Dezenas, milhares.

JB: Isso é maluco, eu não fazia ideia, porque eu mesma amo uma boa fanfic de Harry Potter. Amo. Mas One Direction, é tão de nicho.

AT: É muito. Eu encontrei uma através de uma foto no Instagram que uma prima me enviou. Era parte de um Imagine, que foi o que me fez começar a ler fanfiction da One Direction e me fez pensar em começar a escrever a minha própria. Mas honestamente, eu gostaria de poder dizer que eu sempre quis escrever desde epquena, mas de verdade, isso não é nem um pouco o que aconteceu. Eu leio a vida toda e tipo, eu gostava de escrever na escola, mas eu nunca pensei em fazer isso, nunca pensei que poderia ser uma autora. Sinto que eu apenas fiquei sem o que ler no Wattpad, o que é insano porque tem milhares de histórias lá, mas eu apenas não conseguia encontrar nada para ler e eu apenas queria ler fanfiction da One Direction. Eu não queria ler nada que já havia sido publicado. Eu não queria ler livros independentes. Eu não queria ler nenhum tipo de livro. Eu apenas queria ler sobre Harry Styles. Então eu fiquei sem ter o que ler e comecei a escrever a minha, acho, e eu nunca pensei que alguém fosse ler também. Eu pensei que fosse apenas ser uma coisinha que eu faria naquele dia, e então o primeiro capítulo, e foi essa loucura. Tinha essa pressa e essa excitação mesmo que ninguém estivesse lendo. Porém foi tão divertido escrever.

JB: Você literalmente criou esse fenômeno de sua necessidade por querer mais fanfiction. Que loucura. Amo isso, amo. É tipo como eu me sinto com romances. Eu quero mais romances desse tipo, e então, acho, que talvez eu apenas escreva um.

AT: Exatamente.

JB: Quando você encontrou o Wattpad, você teve algum pressentimento de como isso mudaria o curso de sua vida completamente?

AT: Não, honestamente. Eu estava lendo uma das fanfics dessas garotas no Instagram e ela disse “Eu vou colocar mais no Wattpad”. Eu fiquei, tipo, “o que é isso?”. Eu tinha apenas o Twitter, porque eu queria acompanhar notícias de Crepúsculo. Eu não… Eu não queria mais nenhuma aplicativo. Eu não quero mais nenhum aplicativo. Mas eu baixei. Eu nunca havia ouvido falar daquilo antes. Eu nunca soube que havia milhares de pessoas escrevendo histórias apenas por diversão e isso explodiu minha mente. O tanto de fanfiction no Wattpad naquela época, especificamente, me deixou ocupada por um tempo.

JB: Ah, totalmente.

AT: Eu mal conseguia mexer no site. Eu ficava confusa quando eu escrevia um capítulo, aí eu ia escrever um comentário para alguém e não funcionava. Eu não sabia. Eu costumava enviar vários pedidos de ajuda para o pessoal da técnica, “Eu não sei fazer isso, pode me ajudar?” É tão engraçado pensar nisso hoje em dia, ter que esperar que eles me respondessem.

JB: Isso é ótimo,. Provavelmente esses caras da técnica ficam tipo, “Sabe, eu falava com a Anna Todd o tempo todo”. É fantástico. [Ela explica o que é o Wattpad para os ouvintes que não sabem o que é.] Agora, After irá se tornar um filme, o que é o sonho de todo autor. Como tem sido o processo até agora?

AT: Tem sido muito incrível, honestamente. Tem sido um longo… bem, não tanto… Os direitos estavam com a Paramount por dois anos e meio. Quando eu assinei meu primeiro, isso vai soar ridículo, meu primeiro contrato de direitos para filme, eu não sabia sobre nada. Eu não tinha nenhuma ideia do que as terminologias de um contrato significavam. Eu não consigo acreditar que alguém iria querer isso. Então, com meu primeiro contrato, eu não tinha nenhum tipo de controle, zero. Eu tive sorte de eles considerarem as minhas opiniões. Eu achava que no momento em que você assinava um contrato para um filme, você estaria escolhendo se você queria Liam Hemsworth ou Chris Hemsworth em seu filme na semana seguinte, mas não é assim que o processo funciona. Então, alguns anos depois, eu estava tipo, “Espere um segundo… O que estamos fazendo?” Comecei a aprender mais, eu me mudei para Los Angeles, comecei a entender mais sobre a indústria cinematográfica. Eu senti que deveríamos tentar adquirir os direitos da Paramount de volta pra mim. E assim fizemos. Eles foram ótimos quanto a isso, foram ótimos… Ninguém está fazendo filmes para mulheres no momento.

JB: É um grande passo.

AT: Sim! Se tivéssemos um estúdio menor talvez pudéssemos ter mais controle, ter certeza de que era o tipo de filme certo, conteúdo para mulheres que realmente o querem. Eu percebi isso e tem sido um processo ótimo. Eu estive bastante envolvida na escalação do elenco. Eu estive nas reuniões sobre elenco, vi os atores lendo, assisti a todos os os vídeos.

JB: Oh, isso é muito legal.

AT: Estive em quase todas as reuniões, exceto aquela que não são da minha conta, mas estive em todas as coisas criativas. Eles foram incríveis. Encontramos os atores principais um tempo atrás e tem me deixado maluca não poder falar sobre isso.

JB: É um segredo tão grande pra se manter de todos os seus fãs e tudo mais.

AT: Me deixou maluca. Finalmente os anunciamos semana passada e foi incrível. Mal posso esperar. Tivemos outro teste de elenco ontem, é tão louco ver as pessoas audicionarem para o meu filme. Incrível.

JB: Deve ser louco ver esses personagens que você teve em sua cabeça por tanto tempo, do nada criarem vida em sua frente, se manifestarem em atores. Essa deve ser a viagem mais legal de todas.

AT: É tão louco e é mais louco ainda porque as pessoas que acabam sendo as minhas favoritas para os personagens até agora, literalmente, nenhuma delas se parece em nada como eu imaginei que iriam.

JB: Sério?

AT: Nenhuma delas. Não é sobre como se parecem. Eles sempre trazem os atores que se parecem exatamente com os personagens, mas sempre tem aqueles que surpreendem no meio. No início, quando olho para suas fichas, porque eles trazem fichas com as fotos de todos, eu fico “O que essa pessoas estão fazendo aqui? Essa pessoa não faz sentido”. E então quando elas fazem a audição, aconteceu comigo ontem onde uma das pessoas, eu tava tipo “Como assim? Esse cara não se parece nada com ninguém em minha história” e então ele entrou e ele foi o achado do dia. Estou obcecada por esse cara. Ele tinha muito em comum com o personagem, mesmo que se pareça completamente diferente. Ele se pareceu com o personagem mais do que qualquer outro. É um processo tão estranho.

JB: Total! Você diria que não se pode julgar um livro pela capa então? Pra ter um gancho nos livros.

AT: Total!

JB: Isso é tão louco. Este universo irá vir à vida nas telonas pra você também. Essa também tem que ser uma coisa louca. Como você assimila isso como autora? Este é o seu bêbê.

AT: Sabe, têm tido seus altos e baixos. Às vezes eu fico tipo, “Este filme vai ser exatamente como o livro”, o que nunca acontece, nunca. Mas quanto mais meu filme se torna algo separado, digo, não realmente separado porque estou envolvida em todos os passos, mas me parece como sua própria coisa agora, porém ainda se parece com o livro. Não sei… é difícil de explicar. Às vezes alguém tem uma ideia, “Hardin deveria fazer isso ou aquilo” e tipo “Não, isso nunca vai acontecer”. E há outros momentos em que a diretora diz, “O que você acha dessa cena indo pra lá e essa pra cá?”. Na verdade, isso é o que eu já deveria ter feito. Estou tão feliz com o processo. Acredito que é sempre bom lembrar meus leitores de que não será a mesma coisa, não importa como seja. Se for próximo demais, então não irá traduzir bem, porque nos livros, temos diálogos internos, temos páginas e páginas de narração e no filme temos 45 segundos para retratar o que eu escrevi em 10 páginas.

JB: Exatamente e ele ganha vida própria, essa peça viva de arte que é totalmente separada do livro em certo ponto. Se torna sua própria entidade e isso é o mais maluco do processo, o processo de adaptação.

AT: É mesmo. Eu estava tão preocupada com o elenco, “e se eles não gostarem da cor do cabelo dela” e essas coisas todas. Eu comecei a pensar, “espere um segundo”, a maioria das pessoas que vai assistir isso provavelmente nunca nem ouviu falar de mim. Eles não fazem ideia. É uma parte tão estranha, acho. Não consigo assimilar isso ainda.

JB: É. Isso é louco. Acho que quanto mais o processo progredir vai ficar cada vez mais estranho. Muito mais pessoas irão conhecer você e seus livros, o que é ótimo porque eles são maravilhosos. Falando de livros, você tem um novo a caminho. Podemos falar sobre ele? The Brightest Stars.

AT: Sim.

JB: Este é muito animador. Você decidiu publicá-lo de forma independente, o que é divertido. O que a fez tomar essa decisão?

AT: Acho que apenas queria sair da caixinha e tentar coisas novas. Eu amei estar na Simon and Schuester. Meu editor na Gallery era incrível e eu não poderia ter feito nada dessa maluquices que aconteceram nos últimos anos sem ele.

JB: Totalmente.

AT: Eu sinto que eu me afastei disso e queria fazer todas essas coisas por conta própria. Diferentes formas de marketing, diferentes tipos de turnês. O meio editorial, infelizmente, não tem muitos recursos e é bem velha guarda, eu acho. É tipo uma coisa antiquada. Me sinto mal por dizer isso, mas é verdade, honestamente. Esta é a minha carreira e eu venho querendo fazer isso por um bom tempo, sinto que eu tinha todas essas coisas de lado que eu poderia eu mesma pegar e fazer. A maioria dos meus livros são um sucesso fora do país, então eu aprendi muito com essas editoras internacionais e como elas funcionam e de que forma elas engajam com a comunidade leitora. É diferente em todo lugar, claro, mas eu me senti inspirada por um momento e “espere um segundo, podemos fazer isso! Eu posso fazer isso eu mesma!”

JB: Poder ter um pouco de controle sobre o produto também. E estar no comando do seu próprio destino um pouco. Eu estou animada para o livro novo. Será ótimo.

AT: Obrigada! Estou animada!

JB: Ah sim, será maravilhoso. Estamos ficando sem tempo, então vou fazer uma última pergunta. Então, qual é a coisa que você mais gostaria que tivessem te dito antes de você começar sua jornada literária? Eu sei que essa é difícil.

AT: Eu acho que eu diria, estive pensando sobre isso ultimamente, então acaba não sendo tão difícil. Eu estive pensando sobre isso porque eu queria que alguém tivesse me dito… Não sei como colocar pra fora, mas eu tive a Síndrome do Impostor pelos três primeiros anos da minha carreira, onde eu sentia que não conseguia acreditar que as pessoas me deixaram entrar no mundo literário. Eu não acreditava que eu tinha livros publicados. Eu não acreditava que alguém, de verdade, achava que eu deveria ser uma escritora. Eu sentia como se eu não merecesse porque eu me encontrava com escritores que estiveram escrevendo pelos últimos 15 anos, escritos incríveis, e nenhuma editora queria publicá-los. E mesmo quando eles publicavam de forma independente, os livros não vendiam. Então, eu comecei a ver a realidade do que autores fazem e como eles são publicados, na maioria do tempo. Eu apenas havia tropeçado na porta de trás. Então, eu comecei a sentir que eu não merecia nada disso. Mas então, mesmo conversando com eles e tendo as minhas coisas, isso talvez seja verdade, mas eu vou fazer qualquer coisa para superar isso. Eu estou dentro agora e é minha responsabilidade fazer com que a minha carreira cresça a partir daqui. Eu posso ter entrado sem ter tido muitas dificuldades [ela usa o tempo “querying”, em inglês]. Eu nem sabia o que “querying” significava. Isso faz com que minhas orelhas sangrem. Eu super tinha a Síndrome do Impostor, então eu queria que alguém tivesse dito tipo, “Está tudo bem apreciar ou estar consciente de não ser a mais qualificada, mas também é OK aproveitar a felicidade e não se sentir mal com isso”.

JB: Totalmente. Você tem livros que falam de verdade com as pessoas e tocou dezenas de pessoas, então, não acredito que você seja uma impostora de forma alguma, Anna. Apenas espero que você continue escrevendo mais e mais livros incríveis.

AT: Muito obrigada.

JB: De nada. Muito obrigada por estar aqui em nosso podcast e por falar comigo hoje. Isso tem sido incrível. Estou muito feliz por ter tido você aqui hoje. Sei que nossos ouvintes estão animados também, então muito, muito obrigada.

AT: Obrigada!


Nome: After Brasil / Anna Todd Brasil
Online desde: 19 de Junho de 2014
URL: afterbr.com / annatodd.com.br
Webmaster: Douglas Vasquez
Contato: contato@afterbr.com
Versão: 4.0

O After Brasil é a maior fonte sobre a série no Brasil e no mundo; oficializado por Anna Todd e as editoras e distribuidoras parceiras. Todo o conteúdo do site (fotos, notícias, vídeos e etc) pertencem ao site a não ser que seja informado o contrário. Este site foi criado por fãs e para os fãs e não possui nenhum tipo de fins lucrativos.
com

AFTER
Status: Disponível
Direção: Jenny Gage
Roteiro: Susan McMartin

AFTER: Depois da Verdade
Status: Pós-produção
Direção: Roger Kumble
Roteiro: Anna Todd

Design por Douglas Vasquez Codificado por Uni Design
Hospedado por Flaunt Privacy Policy